Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa (1931)
Marc Chagall, Le Poète (1911-12, The Philadelphia Museum of Art) |
Um poema que só para os mais distraídos fala de gatos (deve ter sido por isso que resisti até agora a postá-lo) e os gatos quase humanos de Chagall.