quinta-feira, 2 de julho de 2009

3 coisas que o meu pai me ensinou sobre gatos


Que os gatos têm a língua áspera, ao contrário dos cães que a têm macia. Que, se têm três cores, são gatas (que os amarelos são quase sempre machos, aprendi com a minha amiga X.). Que os gatos gostam de ser acariciados amigavelmente até por um sapato - debaixo da pesada sola do meu pai, o meu primeiro gato rebolava de prazer e oferecia a barriga livre de qualquer receio.
O meu pai e eu tínhamos pouco em comum. Castanhas, angústias por tudo e por nada e esta espécie de atenção dada aos animais a que alguns chamam amor.

Palavras que (por acaso) têm um gato lá dentro

Deixar espaço aqui ! :p
Comunicação académica
... E AQUI TB!
Gato dormindo debaixo de um pimenteiro: gato amarelo folhas verdíssimas pimentos vermelhos: sono redondo: sombras pequenas de pimentos vermelhos no sono do gato: folhas sombrias dentro do amarelo: pimentos dormindo num gato vermelho: verdes redondos no sono do pimenteiro: o amarelo: da cabeça do gato nascem pimentos verdíssimos de sono: sono vermelho: sombras amarelas no gato redondo de sono verdíssimo debaixo de um pimenteiro amarelo: a sombra do gato dando folhas redondas sonhando amarelo sobre dormindo os pimentos: água: secura sombria do gato vermelho: o sonho da água dorme no pimenteiro: a sombra da cal das paredes secas dorme no gato de água amarela: a cal dá pimentos que sonham nas folhas do gato: o sono da cal dá sombras redondas no gato enrolado no vermelho: a água é uma sombra o gato é uma folha o sono é um pimenteiro: a cal é o verdíssimo do sono seco dando sombra no amarelo: pimenteiro redondo: pimentos de cal enrolados no sonho do silêncio amarelo: o silêncio dá gatos que sonham pimentos que dão sono na cal que dá sombra nas folhas que dão água na secura do tempo vermelho: o tempo enrola-se debaixo da cabeça do pimenteiro que se enrola no gato de cal do sono amarelo: o sono de dentro dos pimentos debaixo do redondo verdíssimo enrolado no sonho: e dorme o pimenteiro com as sombras do gato redondo enrolando-se nas folhas: silêncio de sonho sono de tempo: tudo amarelo: noite do pimenteiro sono da cal folhas do gato sonho das sombras do verdíssimo vermelho: secura da noite: noite do gato na noite da cal com a noite das folhas dentro da noite do verdíssimo debaixo da noite do sonho diante da noite do pimenteiro após a noite da água conforme a noite debaixo com a noite enrolada contra a noite do amarelo desde a noite das sombras consoante a noite redonda para a noite de dentro durante a noite do vermelho detrás da noite dos tempos debaixo da noite sem à frente do com da noite conforme a noite conforme: a noite dos tempos: um gato de dentro desaparecendo num pimenteiro: pimenteiro desaparecendo: a cal morrendo no sonho das folhas pequenas: o silêncio de tudo no mundo inteiro:

et caeteramente vosso inteiro:

e aqui é para deixaaggtrrg e herberto helder:

e aqui tb se b for mt incótetsedo mce b ol em janeiro

mil novecentos e sessenta e três
deixar 2 linhas aqyui
sff
herberto helder, Poesia Toda (Assírio & Alvim, 1990)
e mais duas aqui
se n se importam
Não há imagens, ou cores, que mereçam herberto helder.
e mais
1 ou 2 aqui

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Le soleil y resta




Para começar


Le chat et le soleil
Le chat ouvrit les yeux,
Le soleil y entra.
Le chat ferma les yeux,
Le soleil y resta.

Voilà pourquoi, le soir
Quand le chat se réveille,
J'aperçois dans le noir
Deux morceaux de soleil.

Maurice Carême, Poèmes pour petits enfants (Hachette, 1976)

Não conheço mais nenhum livro de Maurice Carême. O título não engana o incauto leitor: todos os poemas são como este: de uma candura sem nódoa. Perfeito para inaugurações.